OFICINA REUNIU INTERESSADOS EM PRODUÇÃO AUDIOVISUAL





O encontro se iniciou com a apresentação dos participantes, manifestação das expectativas sobre a oficina e relatos sobre possíveis experiências com a linguagem audiovisual.

Através desse bate-papo pudemos perceber que o grupo era bem heterogêneo, composto por professores de diferentes áreas de atuação, e um aluno do Ensino Médio. Além disso, descobrimos que a maioria dos participantes não tinham experiências na produção da linguagem audiovisual, apesar de haver aqueles que já se aventuraram em tal prática, como era o caso do aluno do E.M. que havia produzido um vídeo com seus colegas para o festival do minuto em Votorantim, e uma diretora que, quando professora, já produziu vídeos com seus alunos em sala de aula.

Posteriormente, conversamos sobre a proposta da oficina, a se realizar basicamente em três momentos: o trabalho com a ideia e o roteiro, a gravação e a edição. Apresentamos os limites das oficinas, reforçando que não se trata de nenhum curso avançado de produção audiovisual, mas sim de um contato inicial com tal linguagem, a fim de promover a experimentação do papel de produtor de comunicação e cultura.

Nesse processo, foi ressaltada a importância da ideia, para além dos recursos materiais. Como exemplo disso, utilizamos a frase clássica do cineasta brasileiro Glauber Rocha: “uma câmera na mão, uma ideia na cabeça”, que para nós é o alicerce de uma produção audiovisual significativa. E atualmente, com o avanço das tecnologias, tal afirmação se torna cada vez mais verdade, já que estão disponíveis diversos recursos de edição e gravação de fácil acesso que necessitam de experimentação e compartilhar de técnicas para serem assimilados. Nessa perspectiva, apoiaremos o uso de softwares livres para a edição na oficina, já que permitem um livre uso de seus recursos sem demandarem um ato de pirataria, e tudo isso se mantendo relativamente estáveis e sendo possível um bom produto final. Assim, utilizaremos o programa de ediçãolivre chamado kdenlive, que funciona no sistema operacional Ubuntu, da Linux. Tais recursos serão disponibilizados posteriormente na oficina através da distribuição de dvd's para os interessados.

Exibição de exemplos de técnicas
Para trabalharmos a questão da ideia, nada como nos inspirarmos em vários vídeos com o objetivo de analisar quais são as técnicas por trás de tais produções e ampliar nosso repertório sobre as possibilidades de formatos para os nossos vídeos. Os exemplos utilizados foram os seguintes:


- Sapo na lagoa, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=7fUvAmoaLG0

- Strawberry Swing – Coldplay, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=h3pJZSTQqIg

- Stop motion school project, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=yVrAGW8GRjU

- Minha Vida de Estudante, disponível em http://www.emdialogo.uff.br/content/minha-vida-de-estudante

Tais exemplos trouxeram à tona a possibilidade de trabalho com diferentes técnicas, como o stop motion (animação quadro a quadro) tanto com massinha e desenho como com pessoas. Além disso, pudemos perceber que é possível intercalar diferentes vozes, imagens e gravações para dar vida a uma ideia.

No contexto de análise desses vídeos, surgiram interessantes discussões sobre vários temas para além do aspecto técnico dos vídeos. Um exemplo disso foi a colocação sobre o uso de mensagens subliminares pelo cinema para a divulgação de ideias e até mesmo de logos, com o intuito de gerar necessidades de consumo e valorizar marcas específicas de diferentes produtos. A questão do consumo se apresentou de maneira marcante, aliada à necessidade de estarmos atentos a essas influências midiáticas manipuladoras a que estamos expostos diariamente.

Comentamos também sobre a potencialidade do vídeo como meio de valorizar as ideias dos alunos, dar voz a eles e propiciar um trabalho escolar com sentido, e que pode ser contemplado por muitas pessoas. O vídeo sem dúvida é uma grande ferramenta de expressão que pode ser utilizada para inverter a lógica de que somos apenas consumidores de cultura. Através da produção audiovisual, nos tornamos produtores de comunicação, e temos a nossa voz ecoada de maneira criativa e dinâmica. E isso pode ser aproveitado pela escola.

Escrito por Rebeca Batalim

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